GO5

EspumaBio

Candidatura PDR2020-101-031714

PARCERIA

BIOPROTEC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS DE AGRICULTURA BIOLÓGICA

AGROBIO – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE AGRICULTURA BIOLÓGICA

QUINTA DO MONTALTO II AGROINDÚSTRIA, LDA.

ANTÓNIO DE SAMPAIO PAIVA MARQUES DA CRUZ , UNIPESSOAL, LDA.

LUÍS MANUEL GONÇALVES DE SOUSA

INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA

QUINTA DO MONTALTO, LDA.

INVESTIGADOR RESPONSÁVEL IPC

FINANCIAMENTO:

Investimento Global Elegível:  €

Comparticipação Comunitária: 75%

Comparticipação Nacional: 25%

Investimento Elegível IPC:  60.197,61 €

DESCRIÇÃO SUMÁRIA

O presente Grupo Operacional visa encontrar soluções para a resolução do problema da concentração em excesso de SO2 nos vinhos, para os consumidores, pela experimentação da produção de Espumante Biológico com adição de mosto fresco, ou com mosto amuado pelo frio para obter menos de 50% da dose autorizada.

Atualmente os vinicultores nacionais de espumantes biológicos produzem e estagiam os seus vinhos com recurso ao anidrido sulfuroso de acordo com as quantidades autorizadas pelo Reg. Exec. (UE) nº203/2012, de 8 de Março, mas manifestam grande resistência à redução das doses de sulfuroso aplicadas nos vinhos por temerem fundamentalmente problemas na fermentação e na posterior conservação do vinho.

Estas quantidades de sulfuroso, apesar de inferiores às aplicadas nos vinhos da produção convencional, podem ser nocivas para os consumidores.

A parceria entre a Bioprotec – Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológicaa ESAC, a Quinta do Montalto, Luís Manuel Gonçalves de Sousa, a Quinta da Serradinha e a Agrobio, justifica-se pelo facto de a ESAC ter os meios científicos, técnicos e humanos necessários à experimentação das metodologias propostas, os produtores (Qta Montalto, Luís Manuel Gonçalves de Sousa e Qta Serradinha) estarem distribuídos na região centro, mas com condições climáticas distintas e a Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica ser a entidade que detém os conhecimentos e o saber-fazer necessário à implementação e divulgação das ações que se propõem neste projeto de vinho espumante biológico.

No presente conjunto de trabalhos, a problemática do controlo dos níveis de enxofre começa no processo da produção das uvas, passa pela inovação ao nível da segunda fermentação do vinho e pelo acompanhamento de todo o processo de vinificação e produção de espumante, para terminar com a avaliação sensorial dos produtos finais.

Em diversas formulações, o enxofre foi sempre o principal fungicida usado em todo o mundo, no controlo do oídio da videira. Já durante a Idade Média, o “Enxofre” era aplicado nos vinhos com o objetivo de, durante a fermentação alcoólica dos mostos, inibir o desenvolvimento das bactérias e das leveduras não desejadas.

Presente em todas as regiões vitícolas de Portugal o fungo E. necator, vulgarmente designado por “oídio da videira” e originário da América do Norte, viu a sua presença registada em Portugal, pela primeira vez, em 1852. É, desde então, uma das principais doenças da videira podendo os seus ataques provocar, em castas sensíveis e em anos favoráveis, graves prejuízos não só devido às perdas de produção como, também, ao elevado número de tratamentos (preventivos e curativos) com fungicidas exigidos para o seu controlo manifestando, assim, a maior importância económica em todo o mundo vitícola.

Contudo, quando o enxofre é aplicado em excesso nos tratamentos fitossanitários da vinha, além de se conduzir à acidificação do solo, provoca-se geralmente, o desenvolvimento do ácido sulfídrico (H2S) de cheiro característico a “ovos podres”, o que retira qualidade ao vinho.  Atualmente, a forma de enxofre mais aplicada nos vinhos é o dióxido de enxofre (SO2), com as finalidades de antioxidante, bactericida e fungicida. O dióxido de enxofre (SO2), anidrido sulfuroso, também vulgarmente designado como “sulfitos” e que na natureza se produz pela atividade vulcânica, obtém-se pela combustão do enxofre. É um gás denso, incolor, tóxico e a sua inalação causa uma “irritação violenta”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa, com exceção das pessoas asmáticas por serem particularmente sensíveis ao dióxido de enxofre e este ser potencialmente perigoso para este grupo de pessoas, pode consumir diariamente, no máximo, o equivalente a 0,7mg de SO2/L por quilo de peso. O mesmo será dizer que uma pessoa com 70 kg pode consumir, por dia, até 49 mg de SO2.

Como os limites máximos atuais de sulfuroso para os espumantes naturais biológicos se situam em 205 mg/L e em 15 mg/L para os espumantes de qualidade biológica, significa que uma pessoa com 70 kg, pode ingerir, no limite, 23 cL de Vinho Espumante com 205 mg/L de sulfuroso.

Estamos perante um problema que o vitivinicultor não tem conseguido ultrapassar. Por um lado a OMS reconhece a perigosidade do SO2 nos vinhos para o consumidor e por outro os vitivinicultores na sua generalidade, com os conhecimentos que detêm sobre este assunto, não sabem como reduzir as quantidades de SO2 que utilizam na fermentação e estágio dos seus vinhos sem colocar em risco o processo de vinificação.

 

 

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